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  • Foto do escritorDra Catarina Capela

Cremes com Prebióticos e Probióticos: funcionam?


Nosso organismo serve de habitat para uma grande diversidade de bactérias que vivem em harmonia e conferem uma série de benefícios à nossa saúde. Elas compõe o chamado microbioma. A pele o o trato gastro intestinal são os dois órgãos onde podemos ter bactérias e outros microorganismos sem necessariamente isso representar uma doença.


Existem mais de 1 trilhão de bactérias na pele, de várias espécies diferentes. A diversidade do microbiana é muito importante. Quanto maior a variedade de espécies de bactérias, mais saudável é a barreira de proteção, menor é a tendência a desidratação, inflamação e processos alérgicos.

Algumas das funções da microbiota da pele são:

▸Dificultar a proliferação de bactérias patogênicas que causam infeções

▸Estimulam a imunidade

▸Regulam o pH da pele

Bactérias podem ser usadas como suplementos para reequilibrar a flora do nosso corpo. São os probióticos, microorganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem efeitos benéficos ao nosso organismo. Abaixo estão algumas de suas utilizações:

▸São adjuvantes no tratamento de várias doenças intestinais como colite, Síndrome do intestino irritável, doença de Crohn e inflamação intestinal

▸Melhoram a digestão, prisão de ventre e a diarreia, regulando o trânsito intestinal

▸Aumentam a absorção de nutrientes, como vitamina B, cálcio e ferro

▸Fortalecem o sistema imunológico

▸São usados em intolerantes à lactose para digerir a lactose

▸Ajudam no emagrecimento

▸Diminuem as bacterias lesivas ao trato gastro intestinal como o Helicobacter pylori

▸Previnem alergias

▸Recupera a flora intestinal após o tratamento com antibióticos

Já os prebióticos são substâncias que servem de alimento para as bactérias probióticas assegurando sua sobrevivência e proliferação seja no intestino ou na pele.

Prebióticos e probióticos também são encontrados em alimentos. Alho, cebola, aveia, cevada, farelo de trigo, espargos, banana e semente de linhaça têm ação prebiótica. Já os alimentos fermentados como queijos, kefir, iogurtes, kombucha são ricos em probióticos. O processo de pasteurização e industrialização diminui a concentração de micro-organismos nesses alimentos.

Os probióticos de uso oral mais comuns são lactobacilos, bifidobactérias e enterococos, que também são encontrados na flora intestinal normal.

Recentemente, estudos eficácia do uso de cosméticos a base de prebióticos e probióticos na pele.

Em algumas doenças, como na dermatite atópica, dermatite seborréia, rosácea e acne há um desequilíbrio da microbiota que contribui para desencadeamento e piora dessas doenças.

Estudos recentes mostram que os probióticos também pode contribuir para adiar processo de envelhecimento.

Eles mantém o pH ideal da pele, conservam o conteúdo lipídico do extrato córneo, têm ação antioxidante e diminuem a atividade de enzimas destruidoras de fibras colágenas e outras proteínas constituintes da matriz extracelular da derme (metaloproteinases). Também dificultam a proliferação de bactérias patogênicas que causam infeções.

Os probióticos também ações benéficas nos cabelos. Eles aumentam a duração da fase anágena folicular, regulam a formação de sebo, e estimulam o crescimento dos fios.

São prebióticos utilizados na preparação de cosméticos para a pele frutoligossacarídeos, galactoligossacarídeos, oligossacarídeo alfa-glucan, lactulose, ácido hialurônico, hialuronato de sódio, ácido láctico, ácido acético, diacetil, lactose, proteína do leite, inulina, ácido linoleico, ácidos graxos poliinsaturados e polifenóis.

Vários destes ingredientes são normalmente encontrados em produtos cosméticos (por exemplo, ácido láctico e ácido hialurônico), e sua presença pode, portanto, não estar diretamente ligada a efeito prebiótico reivindicado pelo produto. No entanto, alguns fabricantes reivindicam seus produtos como prebiótico exclusivamente com base nesses ingredientes.

Os probióticos podem estar presentes em formulações cosméticas de 4 formas diferentes:

1. Produtos de fermentação ou concentrados de fermentação - Bactérias probióticas são cultivadas em um substrato e depois filtrado da solução, mas a solução ainda contém metabolitos das bactérias. Estes metabolitos podem incluir antioxidantes, aminoácidos ou vitaminas.

2. Lisados celulares - O caldo de bactérias probióticas não é filtrado, mas as bactérias são destruídas de modo que o conteúdo das células e partes das paredes das células estejam em solução.

3. Tindalização - As bactérias probióticas são mortas antes de serem usadas na formulação. Portanto, bactérias não podem se propagar na pele, mas elas ainda podem se ligar aos receptores da pele e bloquear assim o acesso a bactérias patogênicas. Este mecanismo de ação é chamado de inibição.

4. Bactérias probióticas vivas - As bactérias vivas são adicionadas ao produto cosmético com o objetivo de colonizar a pele quando o produto é usado.

Lactobacilos, seguida de bifiídobactérias são os microorganismos mais utilizados pela indústria de cosméticos.

Outras bactérias que podem ser encontrado em cosméticos são Acetobacter, Aspergillus, Lactococcus, Leuconostoc, Pediococcus, Saccharomyces, Streptococcus, Zygosaccharomyces, Bacillus, Lactococcus, Streptococcus e Micrococcus.

Se um produto cosmético contiver intencionalmente bactérias vivas, as opções de adição de conservantes são limitadas, uma vez que os conservantes podem matar as bactérias desejadas. Existem barreiras técnicas para incorporar os probióticos vivos em produtos para a pele com uma vida útil razoável. A maioria dos produtos contêm uma elevada porcentagem de água e são necessários conservantes para evitar a deterioração. Como resultado, os produtos existentes no mercado geralmente não contêm microrganismos vivos.

Os produtos que contêm ingredientes fermentados e probióticos são orientados principalmente para o mercado de beleza premium. Manter os probióticos vivos durante a fabricação e a distribuição é um desafio. Os produtos precisam ser vendidos sob condições assépticas e é necessário também proteger as bactérias de luz excessiva e umidade fria ou quente.

Mas os avanços não param. Já são comercializados produtos contendo micro-organismos vivos que são inativados por liofilização e estabilizados por meio de encapsulamento. As bactérias probióticas, ao entrarem em contato com a umidade da pele, são ativadas.

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